domingo, outubro 19, 2025

quinta-feira, agosto 14, 2025

Olhos

Só o silêncio conhece

Tudo o que dizemos 

Quando os meus olhos

Se diluem nos teus


Este tudo que és em mim 

Não tem princípio 

                              nem fim

quarta-feira, agosto 14, 2024

Viver

Quero viver
simplesmente viver
Silenciar o rumorejar de vozes
O seu ruidoso e incessante lamento que
me ensurdece a suave musica do silêncio

Quero esquecer que existe outro mundo lá fora
Politicos, guerras, aquecimento global
Quero a ignorante felicidade

Quero apenas a simplicidade da vida a acontecer
O calor do sol na cara 
Uma cálida brisa de Agosto
O sabor do sal na pele
o teu toque
Um sorriso inocente
E tu, num assombro, sempre dentro de mim,
Quero viver, simplesmente viver

segunda-feira, agosto 14, 2023

Fogo

Fogo e fúria

Ferve o sangue

Neste incêndio de Agosto

És a chama na noite

Espiral nas estrelas


Chamas por mim

E eu, naturalmente,

Rendo-me ao destino

Da luz entrelaçada

Em que me envolves.

Estrela ou fogo

                   Somos um

domingo, agosto 14, 2022

Poema de Agosto

Vou sendo verso solto sem nunca entrar em cena
E sem nenhuma estrofe onde encontre aprumo.
Num onírico e utópico desejo de ser poema,
Sou palavra que vagueia, sem rima nem rumo.

sábado, agosto 14, 2021

Poema das palavras desconhecidas

Hei-de escrever um poema
De palavras germinadas em silêncio
As que apenas se pressentem no rumor do mar
De que só os búzios solitários e a lua são testemunhas,
Feito de palavras segredadas por uma orquestra de cigarras 
numa qualquer noite sinfónica Alentejana.

Hei-de escrever um poema
Desenhado com palavras invisíveis
Para-palavras, sem limites, para que nelas caibam
a emoção que sente a criança que repousa no regaço da mãe,
 o corpo exausto de ser feliz.

Hei-de escrever um poema
Sem palavras, sem forma
Despido, num Eden por inventar,
Poema destino sem nunca ter partido.

sexta-feira, agosto 14, 2020

Passagem

Ao longe uma casa

Da janela outrora fechada

                            abrem-se

                                    asas

Convocam o verso do reverso,

o dia que olha o espelho da noite


Uma brisa

    entra leve,

             lenta,

quase imóvel como só a eternidade sabe

Em carícia derramada envolve o espaço

como a espuma das ondas

que ao longe confunde o mar com o céu


Uma luz

Claridade súbita espraiada no véu

com que a noite se veste de madrugada

Fechando os olhos, acordo

e só então vejo a alvorada renovada

que num beijo dissolve a escuridão

De olhos fechados distingues a noite do dia?


Desvanecida a janela

Indistinta a areia dos dedos que a seguram

                                            de onde escorre

                                                            tempo

O silêncio declama palavras que adivinhamos sem as dizer

E debaixo da pele pulsa síncrona uma só voz