quarta-feira, agosto 06, 2003

É misteriosa a nossa identidade
Crescendo para outro corpo,
Descobrindo uma nova verdade
Seiva de pássaro que prepassa o meu dorso

A mesma terra que nos viu nascer
Alimenta dentro de mim o desejo
De ser sempre semente e crescer
Renovar a cada dia o Amor que protejo

O silêncio revela mais que as palavras
O grito, o cansaço, por fim o repasto
O ardor do incêndio que lavra
E o amor tranquilo que enfim é meu fausto

Ontem e hoje, o tempo e o espaço são nossos
Tu e eu, somos um só, infinitos
Somos ainda a madrugada da vida

Por ti e por mim, abraça o sol
Amanhã e depois, voa mais alto, mais livre
Sejamos a vida cumprida além da madrugada

Qua

segunda-feira, agosto 04, 2003

Palpita um coração em sobressalto
Pulsa o sangue mais veloz, avivam-se as cores
Que a vida é agora mais intensa

Olha as estrelas, e repara se são mais brilhantes,
Olha o céu, e procura se é mais profundo,
Sente o cheiro ocre da terra,
deixa correr o calor que derrete os corpos

Observa os sorrisos e sente se são mais quentes,
Cativa-te nos olhares, neles habita todo o mundo
Deixa os sentidos dissolverem-se entre as cores
Que te devolvem ao inicio quando tudo é puro

Por mais que a alma insista em questionar
Existem perguntas que só a brisa responde
Em lugares e tempos insuspeitos
Que não nos cabe escolher ou prever

sexta-feira, agosto 01, 2003

Ela caminhava lançando a ponta dos seus pés suavemente em direcção ao céu, de forma elegante, azul... mas o seu nariz apontava além do horizonte, além da convicta petulância, desmentindo a poesia da forma como pairava por entre os mortais.