De palavras germinadas em silêncio
As que apenas se pressentem no rumor do mar
De que só os búzios solitários e a lua são testemunhas,
Feito de palavras segredadas por uma orquestra de cigarras
numa qualquer noite sinfónica Alentejana.
Hei-de escrever um poema
Desenhado com palavras invisíveis
Para-palavras, sem limites, para que nelas caibam
a emoção que sente a criança que repousa no regaço da mãe,
o corpo exausto de ser feliz.
Hei-de escrever um poema
Sem palavras, sem forma
Despido, num Eden por inventar,
Poema destino sem nunca ter partido.