terça-feira, dezembro 27, 2005

Estou à tua porta
Hesito entrar temendo sentir-me em casa,

Adivinhando a ternura,

antecipando o calor de me acolheres como se nunca tivesse partido,

E reconheço todos os recantos,

Que traço com os meus dedos,

E todos os detalhes

Moldados, decalcados de mim, em ti

E hesito abrir a caixa com o teu nome
Para não desvanecer o sonho,
Não diluir as cores de um quadro
Que apenas pode existir
Dentro daquela caixa fechada,
Numa casa demasiado minha
Demasiado longe,
Numa porta que hesito
Resisto

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