quarta-feira, junho 14, 2006

Epitáfio em 3 fases (parte 3)

Já fechei a porta da casa abandonada
Nas paredes imagens desvanecem em sépia
O silêncio cortado pelo ranger da escada
E das portadas chora um fio de luz réstia

Já deixei a estrada que julguei nossa, perdida
O destino infinito foi abatido por um sinal:
Sem futuro, sem saída, em frente terra batida
E do espelho, cada vez mais longe a ferida

Já partiu o barco numa noite negra
Desfazendo em curva a saudade,
Longe a luz do farol pulsa lenta,
quase morta, quase cega

Já não existe dor, de ti nem sequer rumor
Apenas um sulco gravado na alma,
E o pó do tempo que o preenche em seu redor

Adeus

Da noite se faz dia, é preciso morrer para
R E N A S C E R

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bom!