terça-feira, maio 16, 2006

Da janela das águas furtadas avistava-se a cidade grávida de solidão. Na minúscula mesa encravada na sala, um pano de renda desconcertante derramava uma brancura gasta. Uma caixa de porcelana da feira do relógio, uma fotografia antiga. Alguns livros comprados a lote encadernam uma pequena estante que se encavalita junto à janela. Não se apercebe da sombra que habita, do equivoco de uma existência que apenas acumula a poeira do tempo que passa.

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